Varia Historia é uma publicação da Pós-Graduação em História, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, versão impressa ISSN 0104-8775, versão online ISSN 1982-4343.

Nossa missão é publicar artigos originais e inovadores de história, promovendo o diálogo entre os membros da comunidade acadêmica internacional e contribuindo para a renovação historiográfica.

Contato: Av. Antonio Carlos, 6627, Campus Pampulha, Universidade Federal de Minas Gerais,

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, sala 4144, 31.270-901, Brasil. Emailvariahis@gmail.com.

Chamadas para os próximos dossiês

A partir de 2024, os dossiês serão publicados de forma contínua.

As propostas selecionadas para os próximos anos receberão contribuições até as datas-limite indicadas abaixo. Cada dossiê contará com uma apresentação das organizadoras e dos organizadores, a ser redigida após a aprovação de todos os artigos que o comporão.

O prazo para submissões de todos os dossiês de 2024 foi prorrogado até 30 de abril

2024

História Conectada: Inovações digitais na produção de conhecimento histórico

Organização: Maria Cristina Correia Leandro Pereira (Universidade de São Paulo, Brasil)

Sylvie Joye (Université de Lorraine, França)

Prazo para submissões: 30 de abril de 2024

As ferramentas informáticas desenvolvidas ao longo das últimas décadas vêm mudando a maneira de se pensar e produzir conhecimento histórico, e os estudos das sociedades antigas são testemunhas exemplares disso. Manuscritos antes inacessíveis agora estão disponíveis com apenas alguns cliques; edições documentais, outrora impossíveis de serem encontradas em bibliotecas brasileiras, agora estão disponibilizadas para download em sites especializados; mesmo a produção bibliográfica de ponta, muitas vezes restrita a um círculo bastante seleto de publicações, hoje pode ser encontrada em plataformas de compartilhamento de arquivos alimentadas pelos próprios autores.

É nesse cenário de transformação que se insere o dossiê História Conectada: inovações digitais na produção de conhecimento histórico. O objetivo é reunir iniciativas que vão além do uso das ferramentas informáticas apenas como auxiliares da pesquisa, e que as utilizem para expandir os horizontes do conhecimento sobre os objetos históricos em análise.

Esperamos receber contribuições que abordem tópicos teóricos digitais, relatórios de projetos informáticos (como aqueles voltados para gerenciar e lidar com grande volume de dados), pesquisas que fizeram uso e/ou desenvolveram recursos tecnológicos específicos para lidar com a especificidade de um tipo documental particular (por exemplo, iconográficos ou arqueológicos), iniciativas digitais no campo da docência em história em todos os níveis escolares (da educação básica ao ensino superior) ou qualquer outro assunto de interesse para historiadores que utilizam métodos digitais.

Esta chamada busca, portanto, reunir pesquisadores e projetos que estejam explorando as possibilidades oferecidas pelas ferramentas informáticas para aprofundar o conhecimento histórico, criando um espaço de debate e compartilhamento de ideias que promova a inovação e o avanço no campo dos estudos históricos. Acreditamos que o uso inteligente das tecnologias digitais pode oferecer novas perspectivas, métodos e abordagens para entender e interpretar o passado, enriquecendo assim a nossa compreensão das sociedades antigas e suas conexões com o presente.

Escravidão, cotidiano e dinâmicas de mestiçagens nos mundos ibéricos (séculos XVI-XVIII):
Espaços, mobilidade, acordos e conflitos

Organização: Eduardo Corona Pérez (Universidad de Sevilla, Espanha)

Javier Fernández Martín (Universidad de Sevilla, Espanha)

Prazo para submissões: 30 de abril de 2024

Este dossiê reúne especialistas de vários países para refletir em profundidade sobre o cotidiano das sociedades escravistas dos mundos ibéricos, com o objetivo de mergulhar nos espaços e nas formas de sociabilidade que neles se desenvolviam. O desafio que se propõe é o de prestar atenção aos episódios de negociação e conflito, situações de mobilidade, convivência, coexistência e superposição, assim como aos discursos e representações que serviam para distinguir ou hierarquizar essas sociedades. Para isso, são apresentados artigos que, enquadrados nos territórios das monarquias espanhola e portuguesa dos séculos XVI-XVIII, incorporam linhas de pesquisa como:

  • Reconstrução de trajetórias individuais e familiares.

  • Constituição e tipologia das famílias mestiçadas.

  • Mundo do trabalho e atividades econômicas.

  • Conformação de redes de sociabilidade e solidariedade em escalas regionais e globais.

  • Formas de acesso à liberdade.

  • Participação em processos judiciais cíveis e eclesiásticos.

  • Discursos e representações políticas.

  • Devoções e vida religiosa.

  • Cultura material e dimensões culturais e artísticas.

  • Perspectivas conectadas e comparadas.

Espera-se que as contribuições se assentem numa sólida base documental, bem como em um corpo metodológico e conceitual que tenta recuperar, usar e situar no tempo as palavras e seus significados para compreender historicamente, e em um aparato crítico que dialoga e problematiza os resultados obtidos com os mais recentes debates historiográficos sobre o tema. A inclusão de espaços geográficos distantes e num arco de longa duração permite uma aproximação ao cotidiano das sociedades escravistas ibéricas em diferentes tempos e espaços. Apesar de enquadrados em processos globais, esses espaços tinham especificidades locais e regionais próprias. Dessa forma, esperamos que o dossiê ofereça uma visão mais complexa da escravidão, do cotidiano e das dinâmicas de mestiçagens nos mundos ibéricos dos séculos XVI-XVIII.

Formas textuais, imaginação e historicidade

Organização: Patrícia da Silva Reis Marques (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil)

André Jobim Martins (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil)

Clarissa Mattos (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Brasil)

Prazo para submissões: 30 de abril de 2024

Desde meados do século XX, a disciplina histórica vem enfrentando diversos desafios apresentados pelas ciências sociais, pela filosofia da linguagem e pelos (pós-)estruturalismos, que têm conduzido a uma revisão de suas bases epistemológicas, incidindo particularmente na preocupação com a forma do discurso historiográfico como intersecção entre o real e tentativas de incorporá-lo em uma narrativa. Especialmente emblemático dessa conjuntura foi o aparecimento de Metahistória, de Hayden White (1973), obra que estimulou o aprofundamento de interrogações sobre o estatuto textual da história e sobre as relações entre a historiografia e a ficção literária. Não que esse momento tenha significado um “despertar” inédito para os entrelaçamentos entre problemas de forma textual e conhecimento da realidade – para ficar apenas em um exemplo eloquente, na clássica análise de Mimesis (1946) sobre o Gênesis e a Odisseia, Erich Auerbach já contrastava os modos de representação da realidade dos textos e seus respectivos “mundos de formas”, apontando para a necessária solidariedade entre as possibilidades criativas e expressivas do ser humano e a configuração concreta do mundo da vida. Esse é o conjunto de questões que anima os trabalhos reunidos no dossiê Formas textuais, imaginação e historicidade.

A chamada acolherá trabalhos pertinentes aos seguintes eixos temáticos mutuamente solidários: i) as relações entre história, ficção e literatura; ii) o estatuto literário e epistemológico das formas de pesquisa e escrita nas ciências humanas e sociais; iii) questões pertinentes à redefinição da disciplina histórica e do campo literário em meio aos desafios impostos pela experiência contemporânea; iv) objeções e questionamentos colocados às representações históricas e/ou literárias tradicionais e a necessidade de reelaboração ou modificação radical das narrativas históricas e de memória frente a eventos limítrofes e experiências envolvendo traumas.

2025

História oral e história pública: Debates e tendências

Organização: Tatyana de Amaral Maia (Universidade Federal de Juiz de Fora, Brasil / Universidade do Porto, Portugal)

Alessandro Casellato (Università Ca' Foscari, Itália)

Prazo para submissões: 31 de março de 2025

A proposta deste dossiê é reunir artigos resultantes de pesquisas dedicadas às novas possibilidades de construção do conhecimento histórico promovidos pela história oral e pela história pública nos países latinos da Europa (Portugal, Espanha, Itália) e latino-americanos. Assim, busca-se compreender em que medida e como a relação entre história pública e história oral pode de fato contribuir com a produção do conhecimento histórico.

Serão bem-vindas pesquisas que trabalhem a dimensão relacional entre história oral e história pública, assim como trabalhos “em” história oral e história pública ou “sobre” história oral e história pública, tais como: o movimento da história pública e suas relações com o movimento da história oral; a fonte oral na escrita da história e na sua comunicação pública; a história oral e as demandas sociais no tempo presente; história oral e cultura digital; história oral e migrações no tempo presente; história oral, história pública e pandemia; história oral e trabalho de memória; a história oral e a história pública nos laboratórios e grupos de pesquisa nas universidades e institutos de pesquisa ibero-americanos, portugueses, espanhóis e italianos.

Outra abordagem que nos interessa é refletir sobre a construção e o uso da categoria “história pública”, entre os diferentes países. Afinal, por que alguns países adotaram o termo “public history”, sem tradução, como foi o caso da Itália, enquanto outros, como o Brasil, optam por história pública? O quanto esses usos implicam formas distintas de elaborar esse movimento polissêmico?

Política, sociedade e trabalho nas fronteiras coloniais da América indígena:
América portuguesa e Nova Espanha, séculos XVI-XIX

Organização: Gustavo Velloso (Universidade Federal da Bahia, Brasil)

Manuel Méndez Alonzo (Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, Espanha)

Prazo para submissões: 31 de março de 2025

Um dos principais desafios atuais que se colocam para os estudiosos da América Indígena é promover investigações cujas óticas analíticas superem os enquadramentos geográficos correspondentes exclusivamente a cada um dos Estados nacionais contemporâneos. A abertura dos historiadores para a observação dos universos ameríndios em seus próprios termos, lógicas e complexidades implica reconsiderar as delimitações ainda correntes de viés nacionalista, sintetizadas em expressões tais como “índios do Brasil”, “populações indígenas do México”, “nativos do Peru” e assim por diante. Em especial, cumpre atentar para as simultaneidades e conexões que aproximam diferentes realidades históricas de contato e interação entre grupos sociais indígenas e não indígenas da Primeira Modernidade, atentando comparativamente para suas diferenças, semelhanças, eventuais e/ou prováveis interconexões. Isto potencialmente favorece o enquadramento de nossas análises em balizas sociais e culturais mais amplas – inclusive, com proveito, marcos de dimensão continental.

Nesse sentido, o dossiê aqui lançado acolherá artigos com temáticas particulares que transitem entre os diferentes momentos da experiência social das populações ameríndias do século XVI ao XIX, como a normatividade, o trabalho, as migrações, a demografia, as formas de instalação no espaço, o comércio, a educação, a diplomacia, a atividade guerreira, dentre outros. Serão privilegiadas aquelas contribuições cujos recortes espaciais contemplem ao menos um dos espaços jurisdicionais da América portuguesa e/ou do vice-reino da Nova Espanha, sobretudo se comparando-os e/ou explicitando suas eventuais articulações sob conjunturas históricas comuns.

Além dos dossiês, recebemos artigos em fluxo contínuo ao longo do ano (ver Instruções).

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